domingo, 17 de fevereiro de 2008

Fio da navalha - Coisas de ontem

Edward Leão


20 de janeiro de 1924: ruas limpas, sorridentes, muita gente de fora trançando nas vias públicas, passeando a sua curiosidade.
O Matipó, abraçado ao Sant’Ana contempla meio perplexo aquele redemoinho humano, nunca dantes visto em suas tranqüilas margens. De vez em quando, uma vara de foguete, meio desorientada, vem cair-lhe sobre o dorso, beliscando-lhes a
epiderme líquida. O programa da festa nada tinha de revolucionário ou de original: Alvorada, missa, sessão solene, banquete, bailes, e como condimento de tudo isso, uma centena e discursos previamente
elaborados e ensaiados nas rodas íntimas. Ás portas dos hotéis formavam-se grupos, discutindo, orientando, aconselhando. Alguns convidados ilustres eram consultados; outros, mais afeitos, distribuíam opiniões espontânea e gratuitamente.
Foi nesse dia que o forasteiro conseguiu conhecer de vista os edis do novo município: Carlos Gomes Brandão, João Domingos da Silva, Francisco Costa Abrantes, José Maria de Souza, Joaquim José da Silveira, Jaquim Milagres Sobrinho e Raymundo Raphael Coelho. Dentre eles, um seria eleito para a Presidência da Câmara, cargo que eqüivalia ao de Prefeito Municipal.
Havia mesmo uma certa ansiedade pela solução desse problema de alta relevância para a nova comuna.

(Fonte:- O Imparcial – Edição nº 15, de 12 de junho
de 1953)

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