Na década de 50, sensíveis aos clamores da população um grupo de cidadãos raul-soarenses de índole progressista se lançaram á empreitada de implantar no município o serviço de telefonia.
O serviço telefônico que um dia existiu, em priscas eras, era de pouca eficácia e não deixara saudade.
Propuseram-se a fundar a empresa o Dr. Wilson Elias Salomão, Dr. Gerardo Grossi, Dr. Armando Sodré, Industrial São Sebastião S/A, Jaime Peixoto, Césare Augusto Tartaglia, José Geraldo Leal, Francisco Machado, João Veríssimo Neto, Cícero Romano Pacheco, José da Silva Maia, Thomaz Duboc, Pedro Garíglio Filho, José D´Aquino Leão, Auto Peças Comercial Ltda., José Martins de Andrade, José Abrantes Costa, Fernando José Abrantes, Jorge de Souza Lima e Geraldo de Assis Peixoto.
Foi, então, convocada uma assembléia de constituição da empresa e os estatutos sociais aprovados na reunião realizada em 2 de março de 1958.
Por proposta do acionista José Geraldo Leal foi eleita a seguinte diretoria: Presidente – Dr. Wilson Elias Salomão; Diretor – Superintendente – Jaime Peixoto e Diretor Tesoureiro – Francisco Machado. Ainda por proposta do acionista José Geraldo Leal foram eleitos para o Conselho Fiscal: Membros efetivos – Dr. Armando Sodré, Dr. Gerardo Grossi e Pedro Garíglio Filho. Membros suplentes: Césare Augusto Tartaglia, João Veríssimo Neto e Cícero Romano Pacheco.
A assembléia ratificou todos os atos e gestões dos fundadores, á frente Jaime Peixoto e José Geraldo Leal, inclusive o contrato firmado com a Ericsson do Brasil Comércio e Indústria S/A, para fornecimento de um centro telefônico sueco.
A diretoria foi autorizada a efetuar todas as despesas para a legalização da sociedade, comprovando-as com os documentos pertinentes para que fossem indenizadas.
O acionista José Geraldo Leal ficou responsável pelas providências legais para o funcionamento regular da empresa.
Cumprindo a determinação da assembléia foi providenciado o arquivamento na Junta Comercial dos documentos, sob o n.º 88.260, em 25 de março de 1958, e a sua publicação no Órgão Oficial do Estado - MINAS GERAIS, em 25 de junho de 1958 e no jornal local – O IMPARCIAL, em 29 de junho de 1958.
A fim de atender os compromissos com a ERICSSON e a compra de terreno a empresa emitiu partes beneficiárias, com ampla aceitação da população.
A organização burocrática para o funcionamento da TRS mereceu toda a atenção dos responsáveis pelo seu funcionamento. Muito importante para este fim foi o contato feito com a Telefônica de Manhuaçu pelos diretores Jaime Peixoto e Francisco Machado, assessorados pelo acionista José Geraldo Leal.
Concluída a montagem do equipamento a TRS iniciou as suas atividades num clima de muito entusiasmo. Inicialmente, restringia-se a ligações locais. Os esforços da diretoria, respaldados no prestígio, junto ao pode público do acionista Dr. Gerardo Grossi, possibilitou ampliar o serviço passando os assinantes a ter acesso a ligações interurbanas, que inicialmente eram muito difíceis e demoradas, gerando incontáveis reclamações o que motivou muitas gestões e esforços para melhoria do serviço.
Finalmente, a encampação da TRS pela TELEMIG possibilitou a Raul Soares contar com um serviço de telefonia moderno e eficiente.
Aspectos interessantes e dignos de menção ocorreram durante a existência da TRS, pouco comum nos meios empresariais: Um deles, a disponibilização dos acionistas (a maioria deles) ao assumir cargos na diretoria e no conselho fiscal, sem remuneração. Outro, o desprendimento e o espírito comunitário, demonstrados por ocasião das negociações para encampação da TRS pela TELEMIG.
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