Trabalhadores especiais
Uma classe de trabalhadores digna de admiração e respeito pela sua conduta e maneira de agir no exercício de suas funções é a dos carroceiros.
O estreito convívio com essa categoria de profissionais, na Sempre Viva e na Industrial São Sebastião (Tarza), amparam esta conclusão. Trata-se realmente de gente honesta, trabalhadora e merecedora de confiança. Prestam á comunidade serviços de importância e de real valor.
Vamos homenagear alguns destes humildes trabalhadores no correr destas linhas.
José Romualdo, da Rua Bom Jesus, nos anos 40, era também um dos músicos da gloriosa Corporação Musical Santa Cecília. Tal era o seu prestígio que, certa época, surpreendendo os moradores da Bom Jesus levou a “banda” á pacata e tranqüila rua, para uma festa íntima comemorativa de aniversário em uma família amiga. José Romualdo cumpriu o que sempre dizia que o faria para homenagear um amigo dileto e á família deste amigo. José Romualdo e filhos tinham veia de artistas e isso fazia com quê improvisassem espetáculos circenses em barracão que armavam no amplo quintal da casa onde moravam.
O carroceiro José Romualdo era o responsável pelo transporte da mercadoria que chegava para a Sempre Viva, procedente de outras praças, via estrada de ferro.
Virgulino e Norberto eram também carroceiros moradores na Rua Bom Jesus. Também muito responsáveis e amigos de todos na comunidade.
José Gentil foi outro prestigiado carroceiro nos bons tempos em que os serviços desses trabalhadores eram requisitados com muita intensidade. Servia a várias empresas. Uma das particularidades de José Gentil era a cadernetinha na qual anotava minuciosamente os seus créditos pelo transporte de mercadorias cujo acerto fazia com aqueles aos quais servia, de tempos em tempos, através de encontro de contas; os comerciantes anotavam o que lhe vendiam, o carroceiro os serviços prestados. Crédito e confiança ilimitados; jamais ocorrendo quaisquer desentendimentos. José Gentil era politicamente ligado a um grupo político e a maioria de seus clientes eram de outra facção o que não lhes impedia de manter um ótimo relacionamento naqueles tempos difíceis de convivência entre grupos políticos adversários.
José Martins, foi um outro membro ativo da classe prestando serviços de valia á população; morador da rua Pe. Chiquinho, a popular rua de Ubá.
Germano, sempre cônscio de seus deveres e responsabilidades, dignificou a classe; Sebastião, não fez por menos.
Liberato e Wantuil foram duas outras figuras de destaque na valorosa classe dos carroceiros. Sempre muito discretos, diligentes e responsáveis na execução das tarefas que lhes eram cometidas.
Atualmente, encontram-se sempre no “ponto” que lhes foi outorgado pelo prefeito Wiron Francisco, exercendo com muita dignidade o seu trabalho, os carroceiros Jésus, personalidade extrovertida e amigo de um bom papo, sobre tudo e com todos, honesto e merecedor de confiança; Joaquim, um veterano da classe, conhecido e admirado por todos, um verdadeiro líder; José Alexandre, manso e amigo; Heitor, depois de tantos anos na Tarza é um atestado vivo da precariedade da previdência social brasileira, tem que continuar “dando duro” para se manter e á sua família; João, um cavalheiro que a todos trata de forma cativante e amiga; Luiz, atencioso, responsável e um prestador de serviços eficiente; o mesmo se pode dizer de Dedé, Dedeca, Raimundo, Geraldo, Gentil, cidadãos merecedores de confiança e muito úteis á população raul-soarense tal o desvelo e atenção que dispensam a todos que dos seus serviços precisam.
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