segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Terminal rodoviário

A construção da redoviária em Raul Soares teve início na década de 80 atendendo aos reclamos da população que já há alguns anos vinha sendo atendida precária e desconfortavelmente. Inicialmente, na porta de um hotel, a seguir em um bar e após em um posto construído pela Prefeitura, próximo à antiga estação ferroviária.
Em uma época de muita fartura de dinheiro nos cofres do Estado recursos abundantes foram direcionados para a construção, arrastando-se esta por muitos anos sendo concluída a construção em 1992, com festiva inauguração no mês de dezembro, presentes autoridades estaduais e prefeitos de cidades vizinhas e uma grande massa popular.
Exposta à ação do tempo, as ferragens da estrutura metálica da cobertura estavam bastante comprometidas, o que deu origem, desde a sua inauguração, a muitas goteiras que a cada dia aumentam.
A localização do terminal na Av. Prefeito Wilson Damião foi muito contestada e até hoje tem muitos críticos exaltados. Certa época até um abaixo – assinado chegou ao Poder Executivo pedindo a transferência da rodoviária para outro local. Apesar da boa vontade da administração municipal foi impossível atender, tendo em vista a dificuldade de um outro local e a recusa do Estado em fornecer mais dinheiro para o empreendimento. Uma solução aventada foi a Prefeitura depositar em conta vinculada o valor correspondente à obra já realizada, sendo o dinheiro liberado à medida que a nova construção se realizasse. Esgotados os recursos da conta vinculada o Estado voltaria a direcionar dinheiro para a conclusão da obra. Impossível, também, de ser atendida, por não dispor o município de receitas suficientes à constituição da reserva sugerida. Os críticos à localização do terminal rodoviário entendiam que o mesmo deveria ficar fora da área central da cidade, sendo citados, como exemplo: a área do antigo barracão da estrada de ferro, na Av. Benedito Valadares, que apesar de central apresentava uma configuração considerada ideal (o local na época estava totalmente disponível). Para outros, o local ideal seria na Av. Elza Bacelar, em área ao lado do Colégio Regina Pacis onde estão na atualidade a APAE e o Posto Policial. Opinavam alguns outros, que na região do Morro das Pedras estaria melhor localizado. E, complementada a obra pelo anel rodoviário, não haveria problemas de trânsito de ônibus pela área central da cidade. Um sonho também difícil de concretizar-se.
A realidade é que o terminal rodoviário foi uma grande obra em Raul Soares. Vem prestando inestimável serviço aos raul-soarenses por ele circulando diariamente um número expressivo de pessoas, que, em épocas de maior demanda - carnaval, semana santa, Natal - soma alguns milhares.
Uma outra crítica é quanto o nome do terminal.
Não se nega a importância do trabalho do Pe. Silvério em Raul Soares, na igreja e na sociedade. Graças aos seus esforços foi feita a ampliação do hospital e se tornou realidade a construção do Colégio Regina Pacis. Porém, para o terminal rodoviário o correto deveria ter sido lembrado para a ele dar o nome um dos empresários pioneiros no transporte de passageiros em Raul Soares, como Francisco Sales, Daniel Avelar ou de um dos veteranos motoristas de “carro de aluguel”, como se dizia, sendo citados entre outros os nomes de José Alves Flores, o José Alves Português e Álvaro Cunha (Turinho).
Vida pública e obra pública é desse jeito: Nunca se contenta a todos.

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